quarta-feira, 31 de outubro de 2012

POR DENTRO DA WRESTLEMANIA 28!


Era março deste ano. Os trabalhos no Esporte Interativo estavam intensos e seguindo muito bem. Parecia que não poderia melhorar, quando recebi o convite para fazer, pela primeira vez na minha vida, uma cobertura internacional de um evento. Mas não era um evento qualquer: uma grande viagem a Miami, Florida, para acompanhar o maior show da WWE, a Wrestlemania 28.
Recebi a notícia dessa grande oportunidade quando estava em Itanhandu, minha terra natal, e quando fazia compras em um supermercado. Foi uma surpresa muito boa! No dia seguinte eu já estava de volta ao Rio de Janeiro para os preparativos.
A data tão esperada chegou e viajei numa quinta-feira, dia 29 de março. Lá, já me esperava nosso produtor e especialista em lutas da TV, Wagner Silva. Juntos, preparamos dezenas de matérias especiais.
Assim, com toda a alegria de um fã da WWE e com a responsabilidade de um jornalista, lá estava eu, para o que desse e viesse! Pela primeira vez eu estava trabalhando e assistindo, in loco, a um show da WWE. E foi assim: Fan Axxess e Hall of Fame no sábado, Wrestlemania no domingo, e Super Show do Raw, na segunda-feira. Intensidade no máximo!
Hoje, eu tenho o prazer de disponibilizar pra vocês, aqui no meu blog, depois de passar na telinha do EI na época, esta matéria superespecial da cobertura dos 3 dias de evento na terra do Tio Sam. Espero que curtam e aguardo comentários:
                                                                           Parte 1


                                                                           Parte 2
 


  Parte 3 - tive que colocar em 
outro site por problemas técnicos - Acesse abaixo:



segunda-feira, 22 de outubro de 2012

ACONTECEU NO BELLATOR!

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Já tem bastante tempo que acompanho o mundo do MMA como um fã e apreciador. Vi muitas histórias de rivalidade surgindo ao longo da evolução desse esporte fascinante recheadas com provocações (trash talks), polêmicas, enfrentamentos fora do Cage e por aí vai. No entanto, de todas elas, uma história peculiar entre dois lutadores do Bellator Fighting Championship me chamou a atenção.
E os personagens principais desse embate são o brasileiro Thiago “Big Monster” Santos, e o americano Eric “The American Soldier” Prindle.
Mais curioso ainda é que essa história pode ser contada em 4 capítulos, e por enquanto, já que não chegou ao seu fim.  Vamos à saga então...
Eric Prindle sem condições de combate após sofrer golpe
Tudo começou em 26 de novembro de 2011, no Bellator 59, quando o GP dos pesos-pesados iria ser disputado entre os dois lutadores. Já no primeiro round de combate Thiago conseguia certo domínio quando acertou com um chute, de forma não intencional segundo a arbitragem, a genitália de Eric, ou mais conhecida como “caixa de câmbio”, enquanto  o americano estava no chão.  Para a tristeza dos expectadores a luta foi encerrada e considerada sem vencedor (no contest), e remarcada para outro dia, mais especificamente para o dia 16 de março de 2012, no Bellator 61. Começava-se a escrever o primeiro capítulo da rivalidade entre o brasileiro e o americano.
Então, próximo da data do combate, Eric Prindle foi acometido por uma gripe fortíssima, segundo informações da assessoria do evento, e não pôde enfrentar Thiago, que ficou sabendo do ocorrido um dia antes da pesagem. Sem titubear (e no desespero desnecessário), o presidente do Bellator, Bjorn Rebney, remarcou a luta para a sexta-feira seguinte, para o Bellator 62.
Apesar de ter afirmado que gostaria de enfrentar o americano a 100% de sua saúde para o outro não ter desculpas em caso de derrota, Thiago enfrentaria problemas com o controle de peso para a semana seguinte. E mesmo antes do capítulo dois terminar o terceiro começava a ser escrito.
Na semana da luta não deu outra, e Thiago não conseguiu baixar seu peso para os 120 kg para a decisão do GP dos pesados, cedendo o título da temporada ao americano, sem nem mesmo precisar subir no Cage circular. Vitória de Eric Prindle. Frustração para Thiago “Big Monster” Santos. Menos uma chance de cinturão para o Brasil, mas a história não acabaria por ali.
Eric Prindle chegou a disputar o cinturão com o então campeão Cole Conrad e acabou sendo derrotado no primeiro round por finalização. Quis o destino que isso acontecesse para que Eric voltasse ao final da fila para o recomeço da escalada, e lá embaixo estava o brasileiro, à sua espera.
Até então, 3 tentativas de confronto sem nenhum resultado prático. Era a chance da luta finalmente acontecer, e tudo foi marcado para o dia 5 de outubro deste ano, no Bellator 75. Thiago x Eric, na base do “agora ou nunca”, abrindo a sétima temporada do evento no GP dos pesados.
Chegou o dia da pesagem: os dois passaram. Veio o dia da luta: e os dois lá estavam dentro do Cage, finalmente. Parecia tudo certo quando o gongo soou, e como no primeiro confronto, Thiago estava dominando, até que....
Thiago Santos acabou fraturando a pelve após golpe ilegal
...Eric Prindle acertou o brasileiro com um chute na “caixa de cambio”, atingindo-o com o calcanhar. Seria o troco do primeiro encontro?
Neste quarto capítulo da saga, o brasileiro veio a levar a melhor, pelo menos no resultado final, segundo a arbitragem, que declarou o golpe ilegal e intencional, desclassificando o americano.
Thiago teve que sair carregado do Cage. Apesar de classificado para a próxima fase, sobretudo, o pior ainda estava por vir. Big Monster foi diagnosticado com uma fratura pélvica devido ao golpe. Agora é dúvida para semi-final do GP que acontece no dia 2 de novembro.
O mais engraçado nisso tudo, é que a história entre os dois ainda não foi resolvida. É a primeira vez que quatro tentativas de luta não consegue ser acertada de uma forma justa e dentro das regras. E quem leva a melhor com isso tudo? Na minha opinião, nem o público e muito menos os lutadores. Talvez o Bellator leve algo de bom dessa história que ainda pode ter um quinto capítulo. Agora, se será o último, o passado mostra que não podemos afirmar mais nada.

Luiz Prota, PhD
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sexta-feira, 12 de outubro de 2012

UFC Rio 3: preocupação até o último minuto!

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Está chegando o momento tão esperado do último evento do ano do UFC no Brasil, o UFC Rio 3.
Muitos problemas marcaram o card principal com as perdas de Erick Koch, José Aldo, Rampage Jackson e Alan Belcher devido às lesões, e mais recentemente o problema de saúde de Gerônimo Mondragon, após ser diagnosticado como portador do vírus da hepatite B.
Em especial, um cidadão chamado Dana White, nada mais nada menos que o presidente da franquia,  deve estar preocupado, e assim ficará até a noite de sábado quando tiver a certeza de que ninguém mais se machucou e que tudo foi um sucesso.
Mr White ainda deve muito aos nossos lutadores Anderson Silva e Rodrigo Minotauro e aos seus adversários que aceitaram a luta em cima da hora, os americanos Stephan Bonnar e Dave Herman, e que salvaram a noite, a alegria e o orgulho dos brasileiros em receber mais uma vez o maior evento de MMA do mundo.
Apesar de não ter nenhum cinturão em disputa, como aconteceria se José Aldo lutasse contra o americano Frank Edgard, o evento traz dois dos maiores ídolos nacionais mais uma vez para o Rio de Janeiro e a chance de espetáculo é garantida!!!
O treino aberto for realizado com sucesso na Lapa, e os atletas se mostraram muito bem preparados e a até então sem problemas físicos. Com o corte de peso se intensificando para a pesagem desta sexta-feira (12/10), a chance de lesões aumenta e nada está garantido para a peleja de sábado a noite.
Após tantos problemas com substituições em cima da hora para o UFC Rio 3, Dana White com certeza deve estar se perguntando: “Quem será o próximo?”, mas nesta altura da história, acredito que ninguém gostaria de decepcionar o Big Boss e as chances apesar de pequenas, ainda existem. Espero não termos más notícias até os grandes confrontos acontecerem. 
Erik Koch, Rampage Jackson, José Aldo e Alan Belcher, no mini-octógono. Dana White, colocando as luvas.
    
Luiz Prota, PhD
*Daniel Tavares, designer e grande amigo, foi convidado para fazer essa charge sensacional para o post de hoje. Ele estará com a gente de hoje em diante em diversos outros textos.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

GOLPES CAPITAIS NO MMA: DO APAGÃO DO SOCO NO QUEIXO AO DESESPERO DO GOLPE NO FÍGADO. (PARTE I)

 
Aqui vamos nós mais uma vez para uma aventura pelo fascinante organismo humano, para entender melhor como este responde a certos golpes ou agressões lancinantes em determinadas partes consideradas vitais.
 
Nosso sistema fisiológico é tão fascinante, complexo e simples ao mesmo tempo que chega a ter um botão de liga/desliga para casos extremos. No desmaio, por exemplo, a intenção do “desligar” pode ser de colocar o corpo na horizontal, facilitando o retorno do sangue para o cérebro através da normalização da pressão sanguínea. E o que aconteceria com um atleta ao sofrer um golpe no queixo ou na cabeça? Já vimos isso acontecer várias vezes, e digo sem pestanejar que chega a ser bonito quando encaixado perfeitamente. O soco nocauteador de Dan Henderson sobre Michael Bisping no UFC 100, que lhe rendeu a vitória, foi um desses de arrepiar. Não poderia esquecer do soco “sem noção” que Big Show, astro da WWE, aplicou num árbitro durante um show no ano passado, nocauteando o sujeito, e dessa vez não foi nada combinado. O entendimento do que se passa com o organismo no exato momento do golpe se torna no mínimo intrigante, e aqui apresento algumas explicações, se me permitam.
Henderson nocauteia Bisping no UFC 100
No caso de um soco ou chute acertando a cabeça ou a ponta do queixo de um atleta com determinada força, o estímulo que o cérebro recebe com a pancada é muito intenso e maçante para ser processado de forma instantânea. A mecânica da entrada de um golpe na ponta do queixo faz a cabeça girar mais rapidamente, aumentando o "chicotear" do cérebro dentro da calota craniana. Assim, reações químicas e elétricas são ativadas rapidamente de forma desordenada, provocando praticamente uma pane no sistema, como se o "computador humano" não pudesse processar toda a informação e travasse, levando a um apagão na tentativa de reiniciá-lo de forma harmônica. Assim, quando dizemos que um lutador tem um “queixo duro” significa dizer duas coisas: que o cérebro do cidadão consegue processar o estímulo de forma mais rápida do que o normal ao ser acertado; ou que a musculatura do pescoço do atleta consegue amortecer o movimento brusco após o impacto, o que pode ser conseguido com treinamento específico, inclusive. Anderson Silva, Mauricio Rua, Dan Henderson, Roy Nelson, Rampage Jackson, dentre outros, estão neste seleto grupo de duros na queda.

O que é muito discutido entre todos, mas sem haver estudos comprovando o fato (mito!?), é o possível aumento na lentidão da resposta em caso de golpes repetidos na cabeça ao longo da vida do lutador, o que poderia tornar o atleta mais sensível a golpes. Em outras palavras, seria como se o nosso computador ficasse ultrapassado e precisasse ser reiniciado, com um apagão, toda vez que determinado processamento não fosse possível, deixando o lutador com o chamado “queixo de vidro”.  

Amnésias também são muito recorrentes com este tipo de nocaute e a maior preocupação é com a concussão cerebral, que seria um dano potencialmente fatal com edema e inflamação dessa estrutura vital. Recentemente, Eduardo Dantas foi nocauteado por Tyson Nam no Shooto 33, e por proteção e cautela médica teve que ficar pelo menos 2 meses sem competir, segundo informou o site da Tatame. Aí vem a importância da criação de comissões atléticas que protejam como um todo a integridade do atleta.
Outro golpe capital e que pode decidir uma luta é quando o lutador acerta o fígado do oponente. Muito tradicional no boxe, desferidos através dos ganchos na linha de cintura, ainda não é muito explorado no MMA, mas podemos dizer que Junior “Cigano” do Santos, com seu boxe afiadíssimo, vem tentando minar seus adversários com golpes como esse, e candidatos a nocaute não faltam. Talvez o golpe no fígado mais marcante do MMA recente tenha sido o chute certeiro de Overeem sobre Brock Lesnar no UFC 141, o que praticamente decidiu a luta para o holandês, mestre da trocação.
Chute certeiro no fígado de Overeem sobre Lesnar
Para quem não sabe, o fígado é responsável por várias funções como digestão, armazenamento de energia, preparação na eliminação de substancias tóxicas dentre outras. Essas funções nada tem relação com o resultado de um golpe certeiro no orgão, e de acordo com relatos de lutadores, a dor é incapacitante e a respiração é desesperadoramente prejudicada. Mas, por que?  

Poderíamos caminhar pelas seguintes explicações: a dor pode ser intensa devido ao fato de o fígado ser um orgão com inervação extensa e também pelo seu tamanho e localização mais superficial em relação às outras vísceras, situado no quadrante abdominal direito superior, ou seja, é mais exposto; e devido a proximidade com o nervo frênico, responsável por estimular o diafragma que é o principal músculo respiratório, este seria inibido após a pancada, dificultando a respiração. Diferentemente do golpe na cabeça, o atleta preserva a consciência mas o corpo não responde aos comandos cerebrais, como se os músculos fossem desarmados, ou seja, a chave do desliga mais uma vez é acionada, só que dessa vez o circuito é interrompido no comando do cérebro com a periferia. Não consegui achar estatísticas de morte devido a golpes hepáticos, mas dependendo da força de impacto, a lesão pode ser mortal, e nem sempre um transplante resolverá a história.

De qualquer maneira, tanto um golpe quanto outro, podem decidir uma luta. A noção do quanto nosso organismo é afetado por certas agressões vão sendo melhor elucidadas ao longo do tempo e não à toa, o árbitro tem o poder de interromper a luta nos dois casos, para impedir um estrago ainda maior nos superguerreiros para também preservá-los, claro, para espetáculos futuros.

Obrigado mais uma vez por acompanhar o blog. Comente e deixe sua opinião. Ajude a engrandecer o debate. Até a próxima!


Luiz Prota, PhD

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