quarta-feira, 31 de outubro de 2012

POR DENTRO DA WRESTLEMANIA 28!


Era março deste ano. Os trabalhos no Esporte Interativo estavam intensos e seguindo muito bem. Parecia que não poderia melhorar, quando recebi o convite para fazer, pela primeira vez na minha vida, uma cobertura internacional de um evento. Mas não era um evento qualquer: uma grande viagem a Miami, Florida, para acompanhar o maior show da WWE, a Wrestlemania 28.
Recebi a notícia dessa grande oportunidade quando estava em Itanhandu, minha terra natal, e quando fazia compras em um supermercado. Foi uma surpresa muito boa! No dia seguinte eu já estava de volta ao Rio de Janeiro para os preparativos.
A data tão esperada chegou e viajei numa quinta-feira, dia 29 de março. Lá, já me esperava nosso produtor e especialista em lutas da TV, Wagner Silva. Juntos, preparamos dezenas de matérias especiais.
Assim, com toda a alegria de um fã da WWE e com a responsabilidade de um jornalista, lá estava eu, para o que desse e viesse! Pela primeira vez eu estava trabalhando e assistindo, in loco, a um show da WWE. E foi assim: Fan Axxess e Hall of Fame no sábado, Wrestlemania no domingo, e Super Show do Raw, na segunda-feira. Intensidade no máximo!
Hoje, eu tenho o prazer de disponibilizar pra vocês, aqui no meu blog, depois de passar na telinha do EI na época, esta matéria superespecial da cobertura dos 3 dias de evento na terra do Tio Sam. Espero que curtam e aguardo comentários:
                                                                           Parte 1


                                                                           Parte 2
 


  Parte 3 - tive que colocar em 
outro site por problemas técnicos - Acesse abaixo:



segunda-feira, 22 de outubro de 2012

ACONTECEU NO BELLATOR!

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Já tem bastante tempo que acompanho o mundo do MMA como um fã e apreciador. Vi muitas histórias de rivalidade surgindo ao longo da evolução desse esporte fascinante recheadas com provocações (trash talks), polêmicas, enfrentamentos fora do Cage e por aí vai. No entanto, de todas elas, uma história peculiar entre dois lutadores do Bellator Fighting Championship me chamou a atenção.
E os personagens principais desse embate são o brasileiro Thiago “Big Monster” Santos, e o americano Eric “The American Soldier” Prindle.
Mais curioso ainda é que essa história pode ser contada em 4 capítulos, e por enquanto, já que não chegou ao seu fim.  Vamos à saga então...
Eric Prindle sem condições de combate após sofrer golpe
Tudo começou em 26 de novembro de 2011, no Bellator 59, quando o GP dos pesos-pesados iria ser disputado entre os dois lutadores. Já no primeiro round de combate Thiago conseguia certo domínio quando acertou com um chute, de forma não intencional segundo a arbitragem, a genitália de Eric, ou mais conhecida como “caixa de câmbio”, enquanto  o americano estava no chão.  Para a tristeza dos expectadores a luta foi encerrada e considerada sem vencedor (no contest), e remarcada para outro dia, mais especificamente para o dia 16 de março de 2012, no Bellator 61. Começava-se a escrever o primeiro capítulo da rivalidade entre o brasileiro e o americano.
Então, próximo da data do combate, Eric Prindle foi acometido por uma gripe fortíssima, segundo informações da assessoria do evento, e não pôde enfrentar Thiago, que ficou sabendo do ocorrido um dia antes da pesagem. Sem titubear (e no desespero desnecessário), o presidente do Bellator, Bjorn Rebney, remarcou a luta para a sexta-feira seguinte, para o Bellator 62.
Apesar de ter afirmado que gostaria de enfrentar o americano a 100% de sua saúde para o outro não ter desculpas em caso de derrota, Thiago enfrentaria problemas com o controle de peso para a semana seguinte. E mesmo antes do capítulo dois terminar o terceiro começava a ser escrito.
Na semana da luta não deu outra, e Thiago não conseguiu baixar seu peso para os 120 kg para a decisão do GP dos pesados, cedendo o título da temporada ao americano, sem nem mesmo precisar subir no Cage circular. Vitória de Eric Prindle. Frustração para Thiago “Big Monster” Santos. Menos uma chance de cinturão para o Brasil, mas a história não acabaria por ali.
Eric Prindle chegou a disputar o cinturão com o então campeão Cole Conrad e acabou sendo derrotado no primeiro round por finalização. Quis o destino que isso acontecesse para que Eric voltasse ao final da fila para o recomeço da escalada, e lá embaixo estava o brasileiro, à sua espera.
Até então, 3 tentativas de confronto sem nenhum resultado prático. Era a chance da luta finalmente acontecer, e tudo foi marcado para o dia 5 de outubro deste ano, no Bellator 75. Thiago x Eric, na base do “agora ou nunca”, abrindo a sétima temporada do evento no GP dos pesados.
Chegou o dia da pesagem: os dois passaram. Veio o dia da luta: e os dois lá estavam dentro do Cage, finalmente. Parecia tudo certo quando o gongo soou, e como no primeiro confronto, Thiago estava dominando, até que....
Thiago Santos acabou fraturando a pelve após golpe ilegal
...Eric Prindle acertou o brasileiro com um chute na “caixa de cambio”, atingindo-o com o calcanhar. Seria o troco do primeiro encontro?
Neste quarto capítulo da saga, o brasileiro veio a levar a melhor, pelo menos no resultado final, segundo a arbitragem, que declarou o golpe ilegal e intencional, desclassificando o americano.
Thiago teve que sair carregado do Cage. Apesar de classificado para a próxima fase, sobretudo, o pior ainda estava por vir. Big Monster foi diagnosticado com uma fratura pélvica devido ao golpe. Agora é dúvida para semi-final do GP que acontece no dia 2 de novembro.
O mais engraçado nisso tudo, é que a história entre os dois ainda não foi resolvida. É a primeira vez que quatro tentativas de luta não consegue ser acertada de uma forma justa e dentro das regras. E quem leva a melhor com isso tudo? Na minha opinião, nem o público e muito menos os lutadores. Talvez o Bellator leve algo de bom dessa história que ainda pode ter um quinto capítulo. Agora, se será o último, o passado mostra que não podemos afirmar mais nada.

Luiz Prota, PhD
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sexta-feira, 12 de outubro de 2012

UFC Rio 3: preocupação até o último minuto!

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Está chegando o momento tão esperado do último evento do ano do UFC no Brasil, o UFC Rio 3.
Muitos problemas marcaram o card principal com as perdas de Erick Koch, José Aldo, Rampage Jackson e Alan Belcher devido às lesões, e mais recentemente o problema de saúde de Gerônimo Mondragon, após ser diagnosticado como portador do vírus da hepatite B.
Em especial, um cidadão chamado Dana White, nada mais nada menos que o presidente da franquia,  deve estar preocupado, e assim ficará até a noite de sábado quando tiver a certeza de que ninguém mais se machucou e que tudo foi um sucesso.
Mr White ainda deve muito aos nossos lutadores Anderson Silva e Rodrigo Minotauro e aos seus adversários que aceitaram a luta em cima da hora, os americanos Stephan Bonnar e Dave Herman, e que salvaram a noite, a alegria e o orgulho dos brasileiros em receber mais uma vez o maior evento de MMA do mundo.
Apesar de não ter nenhum cinturão em disputa, como aconteceria se José Aldo lutasse contra o americano Frank Edgard, o evento traz dois dos maiores ídolos nacionais mais uma vez para o Rio de Janeiro e a chance de espetáculo é garantida!!!
O treino aberto for realizado com sucesso na Lapa, e os atletas se mostraram muito bem preparados e a até então sem problemas físicos. Com o corte de peso se intensificando para a pesagem desta sexta-feira (12/10), a chance de lesões aumenta e nada está garantido para a peleja de sábado a noite.
Após tantos problemas com substituições em cima da hora para o UFC Rio 3, Dana White com certeza deve estar se perguntando: “Quem será o próximo?”, mas nesta altura da história, acredito que ninguém gostaria de decepcionar o Big Boss e as chances apesar de pequenas, ainda existem. Espero não termos más notícias até os grandes confrontos acontecerem. 
Erik Koch, Rampage Jackson, José Aldo e Alan Belcher, no mini-octógono. Dana White, colocando as luvas.
    
Luiz Prota, PhD
*Daniel Tavares, designer e grande amigo, foi convidado para fazer essa charge sensacional para o post de hoje. Ele estará com a gente de hoje em diante em diversos outros textos.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

GOLPES CAPITAIS NO MMA: DO APAGÃO DO SOCO NO QUEIXO AO DESESPERO DO GOLPE NO FÍGADO. (PARTE I)

 
Aqui vamos nós mais uma vez para uma aventura pelo fascinante organismo humano, para entender melhor como este responde a certos golpes ou agressões lancinantes em determinadas partes consideradas vitais.
 
Nosso sistema fisiológico é tão fascinante, complexo e simples ao mesmo tempo que chega a ter um botão de liga/desliga para casos extremos. No desmaio, por exemplo, a intenção do “desligar” pode ser de colocar o corpo na horizontal, facilitando o retorno do sangue para o cérebro através da normalização da pressão sanguínea. E o que aconteceria com um atleta ao sofrer um golpe no queixo ou na cabeça? Já vimos isso acontecer várias vezes, e digo sem pestanejar que chega a ser bonito quando encaixado perfeitamente. O soco nocauteador de Dan Henderson sobre Michael Bisping no UFC 100, que lhe rendeu a vitória, foi um desses de arrepiar. Não poderia esquecer do soco “sem noção” que Big Show, astro da WWE, aplicou num árbitro durante um show no ano passado, nocauteando o sujeito, e dessa vez não foi nada combinado. O entendimento do que se passa com o organismo no exato momento do golpe se torna no mínimo intrigante, e aqui apresento algumas explicações, se me permitam.
Henderson nocauteia Bisping no UFC 100
No caso de um soco ou chute acertando a cabeça ou a ponta do queixo de um atleta com determinada força, o estímulo que o cérebro recebe com a pancada é muito intenso e maçante para ser processado de forma instantânea. A mecânica da entrada de um golpe na ponta do queixo faz a cabeça girar mais rapidamente, aumentando o "chicotear" do cérebro dentro da calota craniana. Assim, reações químicas e elétricas são ativadas rapidamente de forma desordenada, provocando praticamente uma pane no sistema, como se o "computador humano" não pudesse processar toda a informação e travasse, levando a um apagão na tentativa de reiniciá-lo de forma harmônica. Assim, quando dizemos que um lutador tem um “queixo duro” significa dizer duas coisas: que o cérebro do cidadão consegue processar o estímulo de forma mais rápida do que o normal ao ser acertado; ou que a musculatura do pescoço do atleta consegue amortecer o movimento brusco após o impacto, o que pode ser conseguido com treinamento específico, inclusive. Anderson Silva, Mauricio Rua, Dan Henderson, Roy Nelson, Rampage Jackson, dentre outros, estão neste seleto grupo de duros na queda.

O que é muito discutido entre todos, mas sem haver estudos comprovando o fato (mito!?), é o possível aumento na lentidão da resposta em caso de golpes repetidos na cabeça ao longo da vida do lutador, o que poderia tornar o atleta mais sensível a golpes. Em outras palavras, seria como se o nosso computador ficasse ultrapassado e precisasse ser reiniciado, com um apagão, toda vez que determinado processamento não fosse possível, deixando o lutador com o chamado “queixo de vidro”.  

Amnésias também são muito recorrentes com este tipo de nocaute e a maior preocupação é com a concussão cerebral, que seria um dano potencialmente fatal com edema e inflamação dessa estrutura vital. Recentemente, Eduardo Dantas foi nocauteado por Tyson Nam no Shooto 33, e por proteção e cautela médica teve que ficar pelo menos 2 meses sem competir, segundo informou o site da Tatame. Aí vem a importância da criação de comissões atléticas que protejam como um todo a integridade do atleta.
Outro golpe capital e que pode decidir uma luta é quando o lutador acerta o fígado do oponente. Muito tradicional no boxe, desferidos através dos ganchos na linha de cintura, ainda não é muito explorado no MMA, mas podemos dizer que Junior “Cigano” do Santos, com seu boxe afiadíssimo, vem tentando minar seus adversários com golpes como esse, e candidatos a nocaute não faltam. Talvez o golpe no fígado mais marcante do MMA recente tenha sido o chute certeiro de Overeem sobre Brock Lesnar no UFC 141, o que praticamente decidiu a luta para o holandês, mestre da trocação.
Chute certeiro no fígado de Overeem sobre Lesnar
Para quem não sabe, o fígado é responsável por várias funções como digestão, armazenamento de energia, preparação na eliminação de substancias tóxicas dentre outras. Essas funções nada tem relação com o resultado de um golpe certeiro no orgão, e de acordo com relatos de lutadores, a dor é incapacitante e a respiração é desesperadoramente prejudicada. Mas, por que?  

Poderíamos caminhar pelas seguintes explicações: a dor pode ser intensa devido ao fato de o fígado ser um orgão com inervação extensa e também pelo seu tamanho e localização mais superficial em relação às outras vísceras, situado no quadrante abdominal direito superior, ou seja, é mais exposto; e devido a proximidade com o nervo frênico, responsável por estimular o diafragma que é o principal músculo respiratório, este seria inibido após a pancada, dificultando a respiração. Diferentemente do golpe na cabeça, o atleta preserva a consciência mas o corpo não responde aos comandos cerebrais, como se os músculos fossem desarmados, ou seja, a chave do desliga mais uma vez é acionada, só que dessa vez o circuito é interrompido no comando do cérebro com a periferia. Não consegui achar estatísticas de morte devido a golpes hepáticos, mas dependendo da força de impacto, a lesão pode ser mortal, e nem sempre um transplante resolverá a história.

De qualquer maneira, tanto um golpe quanto outro, podem decidir uma luta. A noção do quanto nosso organismo é afetado por certas agressões vão sendo melhor elucidadas ao longo do tempo e não à toa, o árbitro tem o poder de interromper a luta nos dois casos, para impedir um estrago ainda maior nos superguerreiros para também preservá-los, claro, para espetáculos futuros.

Obrigado mais uma vez por acompanhar o blog. Comente e deixe sua opinião. Ajude a engrandecer o debate. Até a próxima!


Luiz Prota, PhD

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sexta-feira, 31 de agosto de 2012

OS LUTADORES E A TOLERÂNCIA À DOR – VERDADES E MITOS.



A dor é uma experiência sensorial e emocional desagradável que pode ser associada a uma lesão real ou potencial. É fundamental para o ser humano, e digo isso sem ser sado-masoquista ou coisa parecida. Basta prestar atenção nas reações de proteção que ela confere para o nosso organismo, por exemplo, quando queimamos a mão em algo quente e automaticamente retiramos o membro do local. Sem ela, os danos de algo lesivo ao corpo podem ser maiores.
Nos esportes de combate, o organismo é colocado em xeque o tempo todo, daí uma série de reações e processos químicos ocorrem no organismo para manter sua preservação. Em muitas vezes, aquele que não administra a dor durante um combate pode se dar mal. Mas nem sempre isso é possível, afinal, não somos máquinas.
Na sua primeira defesa de cinturão dos pesos-pena pelo WEC, José Aldo castigou a perna esquerda de Urijah Faber, na tentativa de inutilizá-la, e conseguiu. Tanto que o americano passou praticamente a luta inteira protegendo o membro atingido, devido, principalmente, à dor intensa.

                              José Aldo castigando a perna de Faber       Resultado pós luta                              
O mesmo já não aconteceu com Antonio Rodrigo Nogueira, o Minotauro, que teve o braço quebrado ao ser submetido com uma kimura por Frank Mir. Se tivesse obedecido aos sinais da dor durante a torção de seu braço e batido, provavelmente isso não teria acontecido. Onde há dor, sempre há problema!
Apesar de ser uma sensação subjetiva e de difícil mensuração, o componente psicológico pode ser modificado e influenciado por fatores culturais, étnicos, sociais e ambientais. Seu controle se torna importante para lutadores, coisa que esses atletas aprendem a fazer ao longo da vida profissional. Às vezes, uma demonstração de dor durante uma luta, pode indicar o ponto fraco para o oponente atacar. A dor pode estar presente mas o atleta aprende a não demonstrá-la, mas nem sempre consegue.
E ao contrário do que muitos pensam, submeter o organismo a estímulos de dor repetitivos,  como em treinamentos, não faz com a tolerância à dor seja maior. Estudos indicam que quando se aumenta o corpo à exposição à dor dessa maneira, esses estímulos tendem a aumentar ainda mais a sensação da dor a longo prazo. A explicação fisiológica pra isso se dá no aumento da rapidez com que as células do local afetado passam a responder ao estimulo, como se a prontidão para sinalizar a dor ficasse maior. Isso pode deixar o corpo mais sensível. 
Minotauro com o braço quebrado após finalização de Mir no UFC 140
Essa teoria vai contra o mito de que lutadores de artes marciais tem uma resistência à dor maior do que outros esportistas. Para isso, é importante saber as diferenças entre tolerância, o quanto o corpo suporta de dor, e limiar, o mínimo de  estímulo necessário para o individuo senti-la.
Pelo fato de a dor ser subjetiva, fica difícil avaliar esse tipo de mecanismo. Apesar disso, algumas pessoas podem ter o limiar de dor maior, o que pode ser considerado uma alteração genética, e qualquer um, inclusive lutadores de MMA, pode apresenta-lo. 
Já imaginou não sentir dor nenhuma? Esta doença existe, é um caso extremo e compõe a Síndrome de Riley-Day. Mas isso é outra história…
Voltando ao assunto, existem ainda confirmações científicas considerando que o exercício físico aumenta o limiar de dor e sua tolerância. Isso se daria pela liberação de endorfina, uma substância que possui efeito analgésico, comparável a morfina. Esse é um fator importante envolvido na diminuição da sensibilidade à dor durante o exercício, o que não seria exclusivo de lutadores, sendo observado também em corredores, nadadores e demais atletas de altíssima performance. Quem nunca se machucou durante uma “pelada” e só depois de um tempo começou a sentir a dor? É por aí.
Também, em momentos de estresse, como no caso da luta ou situação de perigo, o corpo aumenta ainda mais essa guerra química, produzindo grandes quantidades de adrenalina e noradrenalina, substâncias importantes no controle de pressão e do metabolismo, e que conferem ao corpo maiores tolerância e limiar à dor.
Atletas e lutadores de alto nível, geralmente, convivem com essa companheira chamada dor durante os treinamentos e no dia-a-dia. Precisam sempre se aperfeiçoar e manter um ritmo alucinante de exercícios para se manterem no topo, ou para chegarem lá. Mas uma coisa é certa nisso tudo: lutador treina para evitar golpes e não para sentir menos dor quando sofre um, isso pode significar a derrota. 
Luiz Prota, PhD
Comente, deixe perguntas ou diga um alô. Obrigado pelo prestígio!

terça-feira, 21 de agosto de 2012

MMA – A PERDA RÁPIDA DE PESO ANTES DE UMA LUTA É NOCIVA AO ATLETA?



Todos aqueles que acompanham o mundo da luta já fizeram essa pergunta do título que escolhi pra este post aqui no blog.
Os atletas de MMA, judô, jiu-jítsu e luta olímpica, dentre outras modalidades, são submetidos constantemente a um ritual de perda de peso que faz parte de suas vidas de competidores.
Alguns dias ou semanas antes das lutas, aqueles que precisam se adequar aos limites de certa categoria de peso precisam cortar alguns “kilinhos”. Se isso for feito com “semanas” antes da luta (19 dias), os estudos indicam que não existem grandes problemas para a saúde do atleta, mas o ponto crucial é quando a prática é realizada com “dias” (7 a 10 dias) antes do evento.
Para conseguir o feito de secar o peso, alguns atletas adotam certos procedimentos tradicionais, como: restrição alimentar, com dieta rígida; realização de exercícios aeróbicos intensos; desidratação alcançada pela restrição da ingestão de líquidos, pelo uso de saunas ou banheiras com água aquecida e pelo treinamento em ambientes quentes, muitas vezes com uso de roupas de plástico e borracha. Em alguns momentos, atletas desesperados chegam a induzir diarréia com laxativos, fazem uso de diuréticos, pra aumentar o liquido na urina, ou mesmo forçam o vômito.
Todo o esforço é válido (?) para fechar essa conta maluca onde o que entra (alimentação e hidratação) no organismo precisa ser inferior ao que sai (suor, urina) do mesmo e, geralmente, um dia antes da luta no caso do MMA, ou algumas horas antes no caso do judô, o peso ideal deve ser alcançado, caso contrário, todo o esforço pode ter sido em vão!
O tempo de recuperação após a pesagem antes da luta serve para os lutadores capricharem na hidratação e na alimentação. O soro fisiológico na veia é muitas vezes utilizado assim como a alimentação rica em carboidratos (macarrão, arroz) e proteínas (complementos alimentares) como principais formas de recuperação de peso.
Uma pergunta vem logo à cabeça: por que não lutar então na categoria de peso original pra não precisar passar por todo esse sofrimento? A resposta vem com outra pergunta: como a maioria esmagadora luta na categoria abaixo do peso ideal, você entraria num cage contra alguém com 9-10 kg a mais do que você? Nos dias de hoje seria loucura, certamente.
Como estamos vendo então, sem dúvida nenhuma, para alguns lutadores, a luta mais difícil começa mesmo antes do evento. Não é à toa que as pesagens também são tratadas como espetáculos. Um bom exemplo é o caso do lutador campeão dos penas do UFC, José Aldo, que chega a cortar 10 kg em 1 semana para bater os 66kg da categoria e recupera quase tudo em 24 horas. Anderson Silva no entanto não costuma sofrer muito para bater o peso ideal para a categoria dos médios (84 kg). Na última luta contra Chael Sonnen, ele chegou a Las Vegas com 90 kg e precisou cortar 6 kg na última semana, o que não foi tão complicado assim, e o acompanhamento de um nutricionista foi fundamental para atingir essa meta.
José Aldo com cerca de 10kg a menos 1 dia antes da luta (UFC 136)
Mas qual seria o impacto do corte/recuperação de peso no desempenho e na saúde dos atletas quando realizado em curto tempo?
Como os efeitos sobre o organismo de um individuo são muitos, tentarei focar em alguns pontos que julgo mais importantes.
Primeiramente, se formos olhar para a função aeróbica, que é o que vai determinar a resistência do atleta, o cansaço pode ser maior do que o normal. Isso aconteceu no The Ultimate Fighter Brasil, onde a maioria dos lutadores não tinha tempo para cortar e recuperar o peso e mal conseguiam chegar ao terceiro round inteiros, já que eles tinham 3 meses para ficar no peso ideal o que os desgastava demais. Com relação a isso alguns estudos mostram que após 5 horas de recuperação de peso esse efeito pode ser reduzido. 
A produção de hormônios que promovem o crescimento, por exemplo, também pode ser prejudicada mas talvez a mais polêmica tem sido a redução da testosterona, hormônio responsável pela virilidade e aumento da força muscular. Com isso, muitos atletas vêm pedindo autorização para uso de terapia de reposição hormonal, já que os níveis sanguíneos deste hormônio encontram-se reduzidos, o que acontece geralmente com atletas com mais de 30 anos. A polêmica aparece quando os níveis de testosterona sanguíneos ficam acima do nível permitido para as competições, o que é considerado doping. Recentemente, os atletas Chael Sonnen, Frank Mir, Shane Roller, Todd Duffee e Dan Henderson, conseguiram a liberação para tal reposição hormonal. Se é justo ou não, isso é outra questão.
Ainda, atletas submetidos a dieta de baixa caloria podem apresentar alteração no estado psicológico como: aumento do estado de confusão, depressão, raiva, fadiga mental, tensão, depressão e sentimento de isolamento. E essas variáveis levam à diminuição do vigor e da auto-estima do lutador. A recuperação para a condição normal nestes casos pode levar em torno de 3 dias.
Pesagens do UFC são um espetáculo à parte
Com tantas alterações no organismo dos lutadores, os efeitos a longo prazo da perda de peso frequente assim como a recuperação rápida do que foi perdido, devem chamar a atenção dos atletas para que compitam em categorias de peso que lhes são ideais. Com o mundo da luta, especialmente o MMA, girando grandes quantidades de dinheiro mundo afora, é plausível que a preocupação com os atletas e o aprimoramento da medicina ganhem cada vez mais espaço nas discussões sobre o esporte.
Espero ter contribuído um pouco para mantermos essa peteca no ar, para valorizarmos cada vez mais os lutadores que literalmente se entregam por inteiro em nome do espetáculo e do esporte.

Luiz Prota, PhD




quinta-feira, 16 de agosto de 2012

WWE - ATUALIZAÇÕES PARA O SUMMERSLAM



Hoje trago um convidado especial para escrever no blog: Mário Magalhães. Tivemos a chance de nos conhecer em São Paulo quando a WWE esteve no Brasil. Além de fã inveterado escreve também para o http://wrestling.pt/
Tenho certeza que vão curtir esse apanhado geral que ele preparou com muita precisão e dedicação para todos nós. 

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Pessoal sou Mario Rodrigues Magalhães, natural de Rio Grande-RS, moro atualmente em Fortaleza-CE, e sou um grande apaixonado pela WWE. Fico muito honrado em participar do blog do Prota como colaborador. Em minha primeira participação irei abordar sobre os atuais campeões da WWE.



Começo pela Divas Champions Layla, que venceu o cinturão no PPV Extreme Rules, quando retornou como a adversária surpresa da campeã Nikki Bella e nesta noite tornou-se a nova campeã das Divas.

Layla já realizou duas defesas de cinturão em PPVs, em ambos derrotando Beth Phoenix tanto no PPV Over The Limit, quanto no PPV No Way Out. Para o próximo PPV o SummerSlam, Layla deverá realizar uma nova defesa, possivelmente contra Beth Phoenix mais uma vez, onde espero que Layla saia como vencedora, mais uma vez.



Os atuais campeões de duplas são Kofi Kingston e R-Truth. Venceram no dia 30 de Abril em um show do Raw, em Dayton, Ohio, uma noite após o PPV Extreme Rules. Nesta noite eles lutaram e venceram os campeões Primo & Epico. Esta vitória é o segundo título de duplas para  Kofi Kingston, enquanto R-Truth pela primeira vez é campeão na modalidade.

Kofi e Truth realizaram a defesa de seus cinturões no PPV No Way Out contra Dolph Ziggler e Jack Swagger e no PPV Money In The Bank, contra Hunico e Camacho. Para o PPV SummerSlam, deverão ter como adversários os The Prime Time Players, formados por Titus O’Neil e Darren Young. Espero que os atuais campeões, permaneçam com seus títulos por mais alguns meses.



O Campeão Americano é Santino Marella, que conquistou o cinturão em 5 de março, em uma Raw em que o Gerente Geral da noite foi Teddy Long. Nesta noite Santino venceu o campeão Jack Swagger, após este se distrair com uma discussão entre Long e John Laurinaitis.

Sobre suas defesas, Santino defendeu seu cinturão com sucesso, no PPV Extreme Rules contra The Miz. No PPV No Way Out, ele enfrentou Ricardo Rodriguez, mas o cinturão não estava em jogo. Para o PPV SummerSlam, Santino Marella deverá enfrentar Antonio Cesaro, onde espero que saia derrotado.


De todos os campeões, o mais recente é o Campeão Intercontinental , que é The Miz, que conquistou seu cinturão no dia 23 de julho, na histórica Raw 1000. Nesta grande noite tivemos a presença da lenda Bret Hart, que veio para anunciar o campeão Intercontinental daquela noite Christian, e o desafiante The Miz.

The Miz realizará sua primeira defesa do cinturão em PPV, no SummerSlam, possivelmente contra Christian, em uma revanche do combate da Raw 1000, por ser o campeão mais recente deverá defender com sucesso seu cinturão.



O Campeão Mundial dos Pesos Pesados é Sheamus, que venceu seu cinturão no Wrestlemania XXVIII, contra Daniel Bryan, após 18 segundos, pois Bryan estava a beijar AJ e quando virou-se na direção de Sheamus levou um brogue kick, que fez com que rapidamente se encerrasse o combate.

Sheamus defendeu com sucesso seu cinturão no PPV Extreme Rules contra Daniel Bryan. No PPV Over The Limit, em uma Fatal 4-Way, Sheamus venceu Alberto Del Rio, Chris Jericho e Randy Orton.  No PPV No Way Out, Sheamus venceu Dolph Ziggler e no PPV Money In The Bank, venceu Alberto Del Rio.

Del Rio aliás será o adversário de Sheamus para o PPV SummerSlam, porém penso que a grande ameaça de Sheamus é Dolph Ziggler, pois o mesmo é portador da pasta de contrato pelo combate ao cinturão Mundial dos Pesos Pesados e pode desafiar Sheamus a qualquer momento.

Para finalizar falarei do campeão da WWE CM Punk, que de todos os atuais campeões, é o que possui o maior reinado como campeão. Punk sagrou-se campeão no PPV Survivor Series em 20 de novembro, ao derrotar Alberto Del Rio.



Em 2011, Punk teve sua primeira defesa de cinturão em PPV, no PPV TLC, onde em uma Triple Threat TLC Match venceu Alberto del Rio e The Miz. Neste ano, sua primeira defesa em PPV foi contra Dolph Ziggler, no PPV Royal Rumble. Depois Punk teve pela frente a câmara de eliminação no PPV Elimination Chamber, onde Punk venceu, Kofi Kingston, Chris Jericho, The Miz, Dolph Ziggler e R-Truth.

Para os PPVs Wrestlemania XXVIII e Extreme Rules, Punk teve como adversário Chris Jericho, onde saiu vencedor de ambos os combates. No PPV Over The Limit, o desafiante de Punk foi Daniel Bryan. No PPV No Way Out, CM Punk lutou em uma Triple Threat Match, tendo como adversários, Daniel Bryan e Kane. No PPV Money In The Bank, Punk teve mais uma vez Daniel Bryan como seu desafiante e conseguiu manter seu cinturão com sucesso.

Na noite histórica da Raw 1000, Punk teve John Cena como seu desafiante, pelo cinturão da WWE, onde foi derrotado, porém por desqualificação, o que fez com que permanecesse com o cinturão. Para o PPV SummerSlam, Punk terá como adversários John Cena e Big Show, em uma Triple Threat Match, onde penso que Punk deverá reter. Pois penso que o provável é que ele venha a perder seu cinturão no PPV Night of Champions para John Cena.

Agradeço a grande oportunidade de poder escrever ao lado deste grande amigo que é o Luiz Prota e vamos aguardar o grande PPV SummerSlam que se aproxima, para vermos se os atuais campeões, continuam seus reinados, ou então teremos novos campeões na WWE.

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Para assistir ao SummerSlam no próximo domingo, acesse: http://www.esporteinterativo.com.br/ (Pay-per-view)

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

WWE - QUANDO OS LIMITES DO CORPO SE TORNAM O MAIOR INIMIGO DOS SUPERASTROS


A WWE é uma franquia de wrestling de entretenimento onde os superastros precisam ter bastante condição e resistência físicas para a execução das acrobacias, golpes e também para suportarem os impactos das quedas e colisões durante os combates.
Ao longo da temporada, os eventos ocorrem de forma ininterrupta, sempre com dois shows na semana, quando não eventos mundo afora. Assim, é óbvio que os seres humanos da WWE levam seus corpos de reles mortais ao limite, em muitos casos culminando em lesões, o que provavelmente é o maior problema para os superastros e também para a companhia. Tudo isso em nome do entretenimento e da paixão dos fãs espalhados por todo o mundo.
A gravidade dessas lesões vai de cortes na pele e distensão muscular a fraturas ósseas. Um caso interessante aconteceu com Edge, Hall of Famer da WWE, que sofreu durante anos com uma hérnia de disco na região cervical (pescoço) e teve que encerrar a carreira de forma precoce por ordem médica.
Edge - Aposentado em 2011
Neste momento, alguns superastros encontram-se afastados da franquia e abaixo coloco uma lista com alguns deles:
SMACKDOWN
Mark Henry: está afastado devido a uma cirurgia e se não se recuperar por completo afirmou não voltar enquanto não estiver 100%, (se voltar!!!). Por ter um físico nada atlético, ele aumenta muito a chance de novas lesões durante os combates. Um alto risco não só pra ele mas também para seus adversários. Inclusive, correm nos bastidores da WWE, histórias de certos superastros como Henry e Brodus Clay serem evitados por certos adversários em combates pela altíssima chance de machucarem seus oponentes, o que implicaria em afastamento, perda de dinheiro, visibilidade e por aí vai. Até mesmo o Big Show andou passando um pouco da conta com um pessoal e passou a ser criticado por alguns.
Mark Henry sentindo golpe de Big Show
Ted DiBiase: lesionou o calcanhar num combate contra Jinder Mahal em março deste ano e ficará algumas semanas fora dos ringues.  Ainda de acordo com seus médicos, ele teria sofrido uma lesão nos ligamentos do ombro o que poderia atrasar ainda mais sua volta.
Wade Barret: deslocou o cotovelo numa batalha real do Supershow do Raw em fevereiro deste ano. Sem previsão de volta.
Wade Barret sendo atendido pelos médicos
RAW
David Otunga: afastado por tempo indeterminado por estar participando de um filme. Sim, um filme. É muito comum vermos alguns deles no cinema como John Cena e The Rock, dentre outros.
Evan Bourne: anunciou estar com o pé direito quebrado (em cinco partes!!!) e não tem previsão de volta.
Kelly Kelly: infelizmente, a bela diva (e gente boa) tirou um tempo de folga da franquia. A boa notícia é que o motivo do afastamento não foi devido a lesão. Vamos aguardar sua volta, aguardada para o dia 9 de agosto!!!
Essa pequena lista, que as vezes se agiganta, ilustra um pouco como os esportes de combate, mesmo de entretenimento, envolvem alta periculosidade onde os atletas se entregam de fato para propiciarem o maior espetáculo possível. E nessa história, um pequeno erro de cálculo durante um combate pode custar, as vezes muito caro, a integridade física de um parceiro de trabalho. Temos que respeitá-los!

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